Fenómenos paranormais
Viva.
Na nossa terra, como em qualquer localidade do interior, existe ainda uma crença muito forte em certos fenómenos do paranormal. Existem, por exemplo, paranormais que dizem que o IC3 não faz falta, que a culpa de o IC3 não ter sido feito é da Câmara, que o que faz falta são placas toponímicas, etc, etc...
Outros, cientes da importância que as acessibilidades têm, adoptam uma visão marco-regional (e não micro-aldeolítica), defendendo que a construção do famigerado Itinerário Complementar é um esteio no plano de desenvolvimento da região.
É certo que o dinheiro não circula no asfalto, e que não basta construir estradas para trazer o desenvolvimento e o bem-estar. Mas também é certo que é necessária uma via que possa aproximar Maçãs dos concelhos vizinhos, de Tomar, Coimbra, Figueira da Foz e Castelo Branco, tornando-a num eixo de desenvolvimento local e regional.
Só que, ao contrário do que alguns paranormais possam pensar, a competência para a construção de um IC não é da Junta, nem sequer da Câmara, nem mesmo do Governador Civil ou do primeiro-ministro. Quem tem de ordenar a sua construção é o secretário de estado das obras públicas. E até que o excelentíssimo dê essa ordem, Maçãs e a nossa zona vão minguando, na expectativa de que a ordem seja finalmente dada.
Até lá, Maçãs e esta zona vão esperando, acreditando e desperando, perdendo a sua fé nos homens que, no Terreiro do Paço, esquecem que aqui também vive gente, gente que tem direito a viver e a escolher onde vive. É por isso que, perdida a fé nos homens, muitos se viram para o sobrenatural, em espera de um passo de magia que nos dê o direito a viver na terra onde nascemos e onde queremos fazer a nossa vida.
Será necessário recorrer às forças do oculto? Ou será que o IC3 será, em breve, uma realidade?
(Não percam os próximos episódios porque nós também não).