terça-feira, março 06, 2007

Cento e vinte léguas até ao fundo do poço

O MSM, ao contrário de outros, focado no pseudo marasmo em que se encontra a nossa Nação investiu forte na busca por novidades. Não foi preciso procurar muito, por vezes descobrem-se muitas coisas enquanto se degusta uma mini e se conversa com as pessoas. A primeira coisa que se descobre é quem tem bom vinho, geralmente é a próxima visita assim que se sai do café, depois passa-se pelas notícias da terra. Uma vez que não há um jornal digno de se chamar de jornal noticioso o sistema boca a boca continua a ser a fonte mais credível por estas bandas. Pena para uns não ouvi falar de nada sobre parques infantis nem passadeiras à frente da escola, fiquei descansado ao saber que existem outras vontades, primeiro porque já não tenho idade para parques infantis e segundo porque assim que acabassem de desenhar a passadeira teriam de pensar em como enfiar um passeio numa estrada com meia via de circulação. Começo a ser adepto de um túnel ou em recuar o edifício escolar atrás com recurso à força de mil jumentos. O que ouvi e gostei foi acerca da nova iluminação pública, ao que parece será algo do estilo rústico, não há bela sem senão, uns vão gostar outros vão criticar o investimento alegando que o proveito será o mesmo mas mesmo assim arrisco-me a perguntar então: Para que raio se vão embelezar as rotundas se ninguém vai para lá ler um livro?

Sinceramente estou pouco preocupado com o uso ou falta dele que se está a obter do auditório* que não é teatro muito menos sala de cinema, muito menos com a falta de uso do anfiteatro da praça, longe vai o tempo em que tínhamos de estar dependentes do meio politico para podermos ter acesso à cultura. Lutou-se tanto tempo para o livre associativismo e agora ninguém quer fazer nada. Se existem meios para isso por que não se junta o povo e dá uso a um espaço público? Se o Lord não passa de mais uma altura para beber uns copos já que o programa é chato porque não se metem na comissão da festa e tentam fazer melhor, o que não é complicado. É muito fácil reclamar mas chega a altura em que os próprios Maçanenses devem pegar as rédeas do nosso desenvolvimento. A única obra pensada para atrair investimento para a terra está parada, iria haver um centro de análises clínicas e um novo banco que curiosamente vai mudar de sítio. Uma nuvem indica que um grupo de teatro se está a juntar mas a questão é saber quantos se manterão no mesmo após a peça que estão a ensaiar mas mais importante saber é quantos se vão disponibilizar para o frequentar. Quanto a mim não vale a pena gastar tempo a pensar onde se iria colocar a primeira placa de estacionamento proibido, mais vale pensar no que podemos fazer para ajudar Maçãs a crescer. Porque a culpa não é dos trinta anos de democracia que temos mas dos trinta anos que estivemos à espera que só o poder nos desse as regalias que temos hoje o que por si só se traduz num regresso ao passado. Se o armazém não tem outro fim foi porque só a CMA se interessou em dar uso aquele espaço, se o auditório não presta para festas é porque a comunidade nunca se uniu para reabilitar o salão paroquial que tanto reclamou.

Em suma é chegado o tempo de cada um dar o seu contributo para tornar Maçãs melhor, para a tornar activa para poder exigir mais condições porque há motivo paras as haver. Se houver mais opinião em Maçãs, se houver mobilização em Maçãs não creio que qualquer partido politico nos vire as costas, somos a maior freguesia só que a maior parte das pessoas não tem ou não manifesta a sua opinião ou simplesmente não tem coragem para olhar para outra coisa que não seja o seu umbigo.

A bem de Maçãs que sejamos nós a fazer algo por uma terra que não é de mais ninguém senão nossa.

* auditório

do Lat. auditoriu

s. m.,

conjunto dos ouvintes;

assistência;

sala onde se reúnem os ouvintes.