Sete anos a virar o disco
Pois é, já lá vão sete anos. Há sete anos atrás a coisa estava preta, agora está negra. Não querendo fazer aqui um exercício de culpa quero antes de mais reiterar o que desde o início aqui é escrito e repetido nos inúmeros textos tão orgulhosamente expostos nesta casa de amor.
Esta é sem dúvida uma casa de amor e não de amores, aqui respira-se a nossa Nação de uma forma diferente, aqui aspiramos o verdadeiro quinto império Maçanense é nessa contenda que pautamos a existência deste blogue. Não é fácil, nunca foi, primeiro dado ao escasso volume de informação que a Câmara e a Junta disponibilizam aos seus eleitores e depois porque a bem da verdade o pedaço de terra onde estamos inseridos não conhece desenvolvimento digno desse nome há mais tempo do que aquele que qualquer um de nós um dia imaginou.
Agora que estamos num município em situação de endividamento excessivo não é muito difícil fazer um exercício de como estaremos daqui por dez anos, estará tudo na mesma menos o Audi Q5 que terá mais quilómetros, mas estará lá pois o próximo presidente não terá dinheiro para comprar outro.
Maçãs de Dona Maria, onde está no meio disto tudo? Está na mesma no alto da serra de Santa Helena mas com menos pessoas, estão a fazer disto um deserto e ninguém parece importar-se com isso. Consultando os resultados preliminares dos censos observa-se que no espaço de dez anos a população do concelho recuou de 8438 para 7283 habitantes, resultando numa variação de -13,7%. Quer dizer que em dez anos 1155 pessoas se fizeram à estrada. É então fácil explicar o slogan da CMA, “Sorte em viver aqui”, os poucos que ainda conseguem aguentar-se (excepto funcionários públicos e reformados) podem considerar-se afortunados claro está, os que não entrarão brevemente na estatística dos que meteram a mochila às costas e se fizeram ao caminho.
Sete anos! Parece muito mas são sete anos que me entristecem mais que alegram, a nossa terra está a ficar vazia e idosa, não é preciso ser especialista em gestão para perceber onde isto vai dar.
Cumps