terça-feira, janeiro 13, 2009

Eu nem em Deus creio

Parabéns. Não a si nem a mim mas aquele que sem receios ousa acusar o que de mal vai acontecendo por cá. Longe vai o tempo em que era necessário dizer ámen a tudo o que o homem da cadeira indicava como verdade absoluta, felizmente há liberdade, pena minha aqueles que lutaram por ela permanecerem agora no silêncio ou fazem parte do “sistema”. Numa altura de crise estranha-me a falta de bom senso na avaliação dos investimentos. Gasta-se dinheiro nas coisas mais parvas que se possam imaginar, vejamos:
  • A junta de freguesia de Maçãs (como todas as outras) possui o belo do placard luminoso que informa o Sr. Mercado e meia dúzia de pessoas ao domingo. Todos sabemos do interesse que tem, eu próprio já passei horas a observa-lo, é bonito as linhas são agradáveis à vista mas não podemos esquecer que custou dinheiro, mas vivemos numa terra farta pois claro, eu próprio teria sugerido instala-lo na Cabrieira a utilidade era a mesma;
  • Como Maçanense revolta-me a quantidade desperdiçada de dinheiro que está a ser aplicado nas obras de beneficiação das ruas da terra d’Al, todos sabemos o volume de tráfego que por lá circula, todos sabemos da vital importância face à habitual confusão da hora de ponta, ironia pois claro, mas há dinheiro, não há é nenhum caos urbanístico na zona mas provavelmente os empreiteiros da terra precisam de obras públicas megalómanas;
  • Maçãs dispõe de um curso de água com condições para a execução de uma praia fluvial que até podia ser complementada por um parque de merendas, percursos de caminhadas e para a prática de desportos radicais, no entanto quanto a isso não há nada a fazer, quer-se é vasos pendurados nos postes e outros tantos investimentos que apenas me fazem chorar. Noto que os responsáveis pelo desenvolvimento da nossa terra estão em constante divergência com a Sra. Natureza numa altura em que por todo o mundo se procura fazer o contrário. Temos que nos conformar com a ideia de estarmos inseridos num meio rural e ter inteligência suficiente para dai retirar o máximo rendimento. Mas para isto já não há dinheiro;
  • O azinheiragate já começa a ser do conhecimento de todos, se se sabe as condicionantes da zona onde está inserida a Serra de Alvaiázere para que remar contra a maré se todos sabemos que as eólicas embora apregoadas como energia verde apenas interessam por causa dos rendimentos dai retirados. Se a serra está devidamente estudada porque não potenciá-la também? Atrevo-me a dizer que seria uma aposta financeiramente bem sucedida para além de atrair gente, criava o inevitável emprego na região. Mas quer-se é betão! Parapente, espeleologia, investigação, arqueologia, desportos radicais, turismo, etc. Não preciso ser eu a dizer. Perguntem a quem foi despedido por ser competente;

Francamente estou desiludido, achei que a juventude do líder seria um ponto a favor da modernização mas afinal constato que não. É apenas mais um como tantos outros. Mais uma vez vamos continuar parados no tempo a ver os outros a passar. Porque em vez de termos orgulho nas singularidades e na ruralidade do ambiente que nos rodeia continuamos a assistir à política do betão. Campeões na beleza dos arruamentos, campeões do baixo rendimento, do trabalho precário e da desertificação. Foi para isto que todos votámos em 2005.

Cumps