segunda-feira, outubro 27, 2008

Á luta!!!

Toda a gente ouve falar da crise. Felizmente para a maior parte de nós não tinha passado do diz que disse ou diz que aconteceu. Fecha uma aqui, fecha uma ali, só que desta vez calhou-nos a nós. Para uns é culpa do capitalismo selvagem, há quem diga que estas empresas saem para dar lugar à indústria inovadora, para outros a culpa é dos chineses mas para nós, comuns trabalhadores, a culpa é sempre indiscutivelmente dos patrões. Não interpretem isto de forma demasiadamente radical, há alturas em que um patrão tem de saber ver se há ou não condições para continuar a laborar sob pena de se afundar no prejuízo, culpo-os sim pela falta de inovação durante todo este tempo. Foi o erro cometido pela gigantesca massa de empresas de têxteis e outras que tais, fixaram-se no ramo das calças de ganga prevendo que a humanidade as iria usar indiscutivelmente até à extinção e ai permaneceram à sombra da bananeira até que o mercado, que se encontra de portas escancaradas, se apercebeu que havia algures um beco no mundo onde produzi-las fosse mais barato que cá, aumentando as margens de lucros mesmo baixando preços empurrando estas pequenas industrias para o abismo. Nunca um exemplo me pareceu tão simples.
Pois bem, os ecos das doutas mentes fizeram-se soar também em Maçãs de D.ª Maria. Existem trabalhadoras com salários em atraso a tomar conta da fábrica tentando preservar a última sobra de esperança que existe, o que permanece dentro da fábrica. É triste pensar no sofrimento daquelas almas, o peso do desemprego nas economias familiares, a hipoteca da casa, o crédito do carro e os planos do futuro. A pergunta que elas fazem faço-a eu também. E agora? Agora é esperar pelo final do processo de insolvência, mas isso apenas garante o agora, o problema será sempre o depois…
A todas as pessoas influenciadas por esta triste noticia o MSM presta a sua solidariedade e um voto de sorte para um futuro melhor. Na esperança que consigam fazer prevalecer os seus direitos sugiro mesmo a nacionalização de todos os bens daqueles que, seguramente, estes meses ainda conseguiram receber o seu salário, os patrões, quem mais, por esses não ponho eu as mãos no fogo…
Cumps