quarta-feira, setembro 10, 2008

Vira o disco e toca o mesmo..

Antes de mais convém lembrar que este artigo destina-se a tudo menos a atacar as pessoas que anualmente se dispõem e dispõem do seu tempo para proporcionar aos nossos caros conterrâneos a melhor festa possível. A eles, antes de mais, obrigado.

Passada que está a quadra festiva que anualmente junta na capital amigos de outros tempos e deste tempo também chega-se a altura de reflectir e discutir o formato de uma festa, que embora desde cedo é designada de romaria, graças à sociedade moderna, se tornou numa festa cada vez mais pagã. Não desejo fazer a crítica do que foi feito, não desejo fazer a crítica do que não foi feito, antes de mais desejo sim fazer a crítica, construtiva, daquilo que é a grandiosa festa do Lord Of Aflites. A verdade é que, e sejamos sinceros, o formato da festa está esgotado. Toda a gente sabe o que se passa a cada dia, embora uns culpem o pároco por não fazer a “entrega” da festa a verdade é que o desejável abanão tarda a ser dado, a mítica corrida de ciclismo, a prova de atletismo, o folclore e o artista do sábado são os pontos altos dos dias festivos, falta a necessária animação, faltam as tasquinhas, faltam as diversões capazes de juntar no período diurno a quantidade de gente que outrora frequentou Maçãs na altura da festa.

Confesso que desconheço o contributo que tanto a CMA como a Junta dão à festa, confesso que desconheço o relatório de contas, não porque este não seja público mas apenas porque não o desejei consultar. Não me interessa. Depois da recuperação da tradição dos arcos da festa e da fantástica mobilização que provoca junto dos habitantes dos diversos lugares é importante captar mais atenção e em último caso fazer com que as pessoas saiam de casa a fim de se deslocar à Vila, há imensas coisas que se podem fazer com muitíssimo pouco investimento, e a colaboração da ACREDEM pode mesmo ser fundamental inserindo uma componente desportiva que muito agradou noutros tempos. Vejamos. A prova de trial que ocorreu em terras de Al podia ter sido captada e inserida no programa da festa, numa terra com uma serra à disposição espanta-me como não se faz por inserir uma prova de downhill que inicialmente poderia ser mais lúdica e quem sabe um dia tornar-se parte de uma qualquer competição mesmo que regional. Estas são apenas ideias que serviriam para ocupar uma bela tarde de sábado. Não sou o senhor da razão, nem o das ideias, já ouvi umas quantas tal como a maior parte dos caríssimos leitores. Chegamos então ao ponto fundamental da questão. Porque não criar uma comissão, legalmente suportada e eleita anualmente capaz de formular a seu tempo todo o programa quer cultural quer desportivo em total sintonia com a paróquia de modo a que as tradições não se percam criando um fundo que, embora inicialmente reduzido, se poderia rentabilizar anualmente fazendo com que a festa no espaço de três ou quatro anos pudesse ser uma referência. Assim, ganharia Maçãs e sobretudo os Maçanenses quer pelos momentos de diversão, amizade e camaradagem quer pelo negócio que se poderia fazer. A parte sacra da festa permaneceria a cargo da Igreja a parte lúdica à Comissão que a meu ver deveria ser composta por pessoas dos vários lugares, das associações existentes, da Junta de Freguesia e CMA e da Paróquia a fim de haver o necessário pluralismo de opinião e clarificação nas contas.

Eu faria a minha parte, confesso, não teria qualquer problema em dar a minha opinião ou participar activamente na renovação da festa. Neste formato é que não. Embora acredite que a minha ideia não é consensual e serei criticado por não aparecer nos sítios quando necessário a fim de manifestar a minha opinião. A verdade é que mesmo assim já a manifestei, atrevo-me a considera-la como um contributo para uma festa que, ao fim ao cabo, todos desejamos que seja a melhor do mundo.


Cumps