sábado, maio 21, 2005

Guerra Aberta

Caríssimos conterrâneos, visitantes e rameiras em geral. Mais um belo dia chegou, o que não impede que a minha passarinha me morda, mas para além de uma fome etíope e uma comichão no pé esquerdo ainda sofro com o desgosto de nunca ter presenciado publicamente a aparição da Senhora de Fátima. Porquê??? Será que nós Maçanenses não somos dignos de fé e não merecemos o milagre da multiplicação das minis. Não. Fiz uma consulta celestial ao chefe de estado do céu perguntando o porque da Senhora de Fátima nunca ter posto os pés em território nacional. A resposta meus amigos não deixou de ser intrigante. Primeiro: Não há fundos suficientes. Segundo: a Senhora de Fátima está a fazer milagres nas Caraíbas, diz que está lá quentinho. Terceiro: Como a iluminação da igreja quase nunca está ligada a santíssima senhora (diz que) nunca sabe onde encontrar a capital.

Poderia ficar triste pois acho que toda a gente deve conhecer Maçãs, afinal é o centro do mundo. Mas depois de me sentar numa cadeira e com carinho coçar o esquerdo lembrei-me que talvez fosse altura de retaliar. Sim porque não, uma guerra à antiga daquelas onde ninguém se preocupa com os danos colaterais e é tudo para arrebentar. Por isso convoquei a nossa comissão jurídica a fim de proceder no imediato á expropriação da igreja matriz de Maçãs de Dª Maria, no local nascerá uma imponente fórum de fazer inveja a muitas casas que para ai andam.

Está-se a chegar o Verão e com eles os inevitáveis emigrantes. Já havia por cá poucos punks rurais com tanta potência sonora dentro dos carros como as colunas utilizadas na monumental festa do Lord of Aflites. Este verão expressões como à bom, b’oui se tu queres e Michelle tu vais tomber estão totalmente proibidas e serão consideradas uma ofensa aos bons costumes Maçanenses. Isso aliado ao facto de eles passarem um ano a trabalhar e a viver remediadamente para virem “à terra” fazerem vida de ricos com carros alugados. Francamente e sem querer ser fundamentalista eu estou farto de os ouvir e eles ainda nem sequer chegaram. Quando isso acontecer e quando eles começarem a apresentar-se avisem-nos para serem discretos, não temos necessidade nenhuma de ouvir as mesmas histórias anualmente, se não for pedir muito pedia-se a colaboração de todos os cafés para colocarem um cartaz à entrada dos mesmos a dizer: Aqui fala-se português.

A um estrangeiro que mora um pouco mais abaixo da panificadora caty, tem 1,50m, é chato, é mesmo muito chato, não se pode aturar, diz que só está bem é na França, e tem a bandeira de Portugal formada pela iluminação da casa (que pirosice) será barrada a entrada em solo nacional e se houver muita insistência será amarrado ao pelourinho a fim de ser chicoteado pela população Maçanense, pois esse nem o posso aturar.

Atentamente

Mais um dos gajos de Maçãs que não pode com emigrantes nem com uma carrada de luz no adro da igreja que só é ligada quando eles cá vêm.